(JOSÉ PETROLA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA)

As imagens foram obtidas com nove radiotelescópios distribuídos em vários pontos da África do Sul, Chile e Antártida.
Segundo a autora principal do estudo, Cornelia Mueller, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, os jatos de partículas surgem quando matéria é atraída para um buraco negro no interior da galáxia. Porém, os cientistas ainda não sabem com detalhes como os jatos se formam e se mantêm.
Os jatos interagem com o gás ao redor e interferem no processo de formação e evolução das galáxias de uma forma que ainda não é bem compreendida pelos cientistas.
A equipe comandada por Mueller estudou a galáxia de Centaurus A, que está a 12 milhões de anos-luz da constelação de Centauro e possui um buraco negro com 55 milhões de vezes a massa do Sol.
A Centaurus A é uma das galáxias que mais emitem ondas de rádio e, por isto, aparece como um dos objetos mais brilhantes nos radiotelescópios.
A grande emissão de energia de galáxias como Centaurus A ocorre por causa dos gases que são engolidos pelo buraco negro, e parte deles é ejetada de volta, na forma de jatos que se concentram ao redor do buraco negro, no centro da galáxia.
Imagens mais detalhadas dos jatos podem ajudar os astrônomos a determinar como eles se formam. O pesquisador Mathias Kadler, da Universidade de Wuerzburg, na Alemanha, espera que as descobertas do Tanami ajudem a explicar o fenômeno.
Segundo ele, esta radiação é bilhões de vezes mais energética do que a registrada pelos radiotelescópios, e não se sabe exatamente de onde ela se origina.
(Fonte: folha.com)